São Paulo diz repudiar xenofobia e informa que caso Bobadilla será cuidado pelo compliance 52583q
Tricolor se manifestou sobre a acusação contra o jogador paraguaio 82m5h
O São Paulo FC repudiou a acusação de xenofobia contra Damián Bobadilla, ofereceu e educativo ao atleta e informou que o caso será tratado pelo compliance, enquanto Miguel Navarro, do Talleres, registrou queixa policial e declarou que levará o caso até as últimas consequências.
O São Paulo se manifestou publicamente na tarde desta quarta-feira, 28, sobre a acusação de xenofobia de Miguel Navarro, do Talleres, contra Damián Bobadilla. Em nota publicada nas redes sociais, o Tricolor Paulista repudiou ‘qualquer manifestação de intolerância’ e se colocou à disposição das autoridades. 483d72
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“O São Paulo FC reitera que repudia veementemente qualquer manifestação de discriminação, preconceito ou intolerância, seja ela de natureza racial, étnica, nacional ou de qualquer outra forma”, escreveu a comunicação do clube.
Ao falar sobre o atleta paraguaio, o Tricolor destacou o histórico de profissionalismo dele e informou que oferecerá medidas educativas conduzidas pela área responsável.
“Em relação ao nosso atleta Bobadilla, que, ao longo de sua carreira, não apresentou histórico de conduta disciplinar negativa - ao contrário, sempre pautou sua trajetória pelo profissionalismo - entendemos ser fundamental que o clube ofereça e institucional. O clube providenciará que ele seja devidamente orientado por meio de medidas educativas que serão conduzidas pela área de compliance”, completou.
NOTA OFICIAL
O São Paulo Futebol Clube, por meio desta nota oficial, reafirma seu compromisso com os princípios de respeito, igualdade e inclusão, pilares fundamentais que norteiam suas atividades esportivas e institucionais.
Em face dos acontecimentos ocorridos durante a… pic.twitter.com/kMGwcEy2ya
— São Paulo FC (@SaoPauloFC) May 28, 2025
Mais cedo, Bobadilla se manifestou por meio de publicação nas redes sociais do clube e afirmou que "reagiu mal" no calor da discussão.
"Nunca tive a intenção de discriminar ninguém, mas, no calor, reagi mal. Peço desculpas publicamente. Se eu tiver a oportunidade de falar com ele pessoalmente, vou me desculpar também", afirmou o jogador.
Navarro registrou queixa na Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade).
Na manhã desta quarta, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) informou que o venezuelano de 26 anos relatou ter sido ofendido pelo atleta do São Paulo Futebol Clube e que outros jogadores prestaram depoimento, assim como o árbitro da partida.
No entanto, a Polícia Civil disse que Bobadilla ainda não havia comparecido à delegacia para apresentar sua versão. Especialistas afirmam que, se comprovada a ofensa xenofóbica, Bobadilla pode ser preso e pagar multa. O São Paulo também pode sofrer sanções da Justiça Desportiva e da Conmebol.
A confusão que culminou com a denúncia de Navarro à polícia aconteceu nos últimos instantes do segundo tempo da partida, válida pela última rodada da fase de grupos da Libertadores. Diversos jogadores do Talleres se reuniram ao redor de Bobadilla, enquanto Navarro, aos prantos, tentou deixar o campo.
Na zona mista, o venezuelano revelou que Bobadilla o havia chamado de "venezuelano morto de fome".
Nas redes sociais, o Talleres publicou uma nota de apoio ao jogador, em que se solidariza "profundamente com Miguel e sua família neste momento. Como instituição, nos manifestamos contra qualquer forma de discriminação. Não há lugar para ódio no futebol", diz parte do comunicado.
O atleta também se manifestou em sua conta no Instagram. "Queria eu ter, em minhas mãos, a solução para a fome que vive meu país. Espero que Deus me dê abundância para poder ajudar. Não creio que possa fazer muito contra a pobreza mental", escreveu Navarro.
"Nunca me envergonharei das minhas raízes. Vou até as últimas consequências contra o ato de xenofobia que vivi hoje no Brasil por parte de Damían Bobadilla. No futebol, não há espaço para discursos de ódio”, concluiu o jogador do Talleres.
Navarro compareceu ao Juizado Especial Criminal do MorumBis para registrar a ocorrência, enquanto policiais militares foram ao vestiário do São Paulo em busca de Bobadilla, mas o jogador já havia deixado o estádio.
Na coletiva pós-jogo, o treinador do São Paulo, Luis Zubeldía, tentou desconversar sobre o assunto e se irritou com um jornalista que o questionou sobre o caso, dizendo que preferia falar sobre a classificação da equipe às oitavas da Copa Libertadores.