Mais da metade dos médicos optaria por eutanásia em casos avançados de câncer ou Alzheimer, aponta estudo 49m2u
Pesquisa internacional foi publicada na revista científica Journal of Medical Ethics; legislações e religião impactam escolhas 4z2s37
Estudo revela que mais da metade dos médicos considera a eutanásia uma opção viável em casos avançados de câncer ou Alzheimer, com preferências influenciadas por legislações e religiosidade.
Mais da metade dos médicos entrevistados disseram que optariam pela sua própria morte assistida ou eutanásia em casos avançados de câncer ou Alzheimer. 6n1w4l
O resultado é do estudo internacional Physicians' preferences for their own end of life, publicado na revista científica Journal of Medical Ethics.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
De acordo com a publicação, cerca de 1.400 médicos foram ouvidos, mas uma parte das respostas foi excluída devido a informações incompletas, resultando em uma amostra de 1.157 profissionais.
Foram entrevistados médicos de oito locais com diferentes legislações:
- Eutanásia e a morte assistida são permitidas: Canadá, Bélgica, estado americano do Oregon e estado australiano de Victoria;
- Eutanásia e a morte assistida são proibidas: Itália e estados de Wisconsin e Geórgia, nos EUA;
- Queensland, na Austrália, que aprovou a morte assistida em 2021, no entanto, o documento ainda não tinha entrado em vigor quando o estudo foi feito.
Na pesquisa, os médicos precisaram responderam se consideravam opções péssimas, ruins, boas ou muito boas as práticas de ressuscitação cardiopulmonar (R), ventilação mecânica, alimentação por sonda, alívio intensificado dos sintomas, sedação paliativa, uso de medicamentos existentes para o fim da vida, suicídio assistido por médico e eutanásia.
De forma geral, a maioria dos médicos preferem intensificar o alívio dos sintomas nesses casos e evitar técnicas de e à vida. Menos de 1% considera a R e a ventilação mecânica opções muito boas. Menos de 4% também responderam pela alimentação por sonda.
Por outro lado, mais de 90% dos entrevistados consideram uma opção muito boa o alívio intensificado dos sintomas. Já a sedação paliativa foi considerada uma opção boa ou muito boa por metade dos profissionais.
Cerca de metade dos médicos ainda consideram a eutanásia uma opção muito boa: 54,2% em casos de câncer e 51,5% em casos de Alzheimer.
Legislações impactam escolhas 1q551l
O estudo também apontou que as preferências por morte assistida ou eutanásia são impactadas conforme as legislações existentes a respeito do tema em cada país.
A proporção de médicos que consideram a eutanásia uma opção (muito) boa variou de 37,9% na Itália a 80,8% na Bélgica (para casos de câncer) e de 37,4% na Geórgia (EUA) a 67,4% na Bélgica (para casos de Alzheimer).
Médicos que atuam em uma jurisdição com opção legal tanto para eutanásia quanto para suicídio assistido por médico foram mais propensos a achar a eutanásia uma opção muito boa tanto para câncer quanto para Alzheimer.
A religião dos médicos também é uma variável que influencia a escolha. Médicos não religiosos foram mais propensos a considerar o suicídio assistido ou a eutanásia uma opção preferível do que os que são religiosos. Sexo, idade e etnia, por sua vez, não foram variáveis que influenciaram significativamente a opção dos profissionais.