Silêncio absoluto: os segredos e as regras que regem o conclave papal 4c2r6c
Cardeais juram sigilo sob pena de excomunhão ao escolher o novo papa; tradição é respaldada por lei canônica e reforçada com tecnologia 5w3v29
Quando a fumaça branca sobe da chaminé da Capela Sistina, o mundo finalmente descobre o nome do novo papa. 5u4w6h
Mas até que isso aconteça, o processo que define o sucessor do papa Francisco ocorre sob o mais rigoroso silêncio.
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O conclave, reunião secreta dos cardeais da Igreja Católica, é cercado por normas inflexíveis, que proíbem qualquer forma de contato com o mundo exterior e impõem o dever de confidencialidade total a todos os envolvidos.
Antes da primeira votação, cada cardeal eleitor faz um juramento solene de manter segredo absoluto sobre tudo o que vir a ouvir, discutir ou presenciar no conclave. Romper esse compromisso implica em excomunhão automática.
Não é apenas uma questão de tradição: o sigilo é previsto por leis específicas da Igreja, como a constituição Universi Dominici Gregis, de João Paulo II, e a instrução Normas Nonnullas, publicada por Bento XVI.
A lógica por trás de tamanha restrição é preservar a liberdade do voto e proteger o processo contra pressões externas, influências políticas ou interesses pessoais. Para garantir isso, a Santa Sé adota medidas cada vez mais rigorosas.
Na era digital, por exemplo, nenhum cardeal pode entrar com celular, tablet ou qualquer dispositivo eletrônico. Bloqueadores de sinal são usados para impedir transmissões, e varreduras eletrônicas detectam possíveis escutas clandestinas.
O conclave acontece na Capela Sistina, local isolado e sob vigilância constante. Os cardeais permanecem dentro do Vaticano durante todo o período de votação, hospedados na Casa Santa Marta. Nenhuma mensagem pode ser enviada ou recebida. Até os funcionários que prestam serviços de apoio, como seguranças, médicos, cozinheiros e religiosos, também juram sigilo absoluto.
A votação ocorre em rodadas diárias, com até quatro reuniões por dia, até que um candidato alcance o mínimo necessário: dois terços dos votos. Cada cédula é preenchida manualmente e depositada em urna, sem qualquer auxílio eletrônico.