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Vídeo engana ao alegar que governo Lula só é aprovado por dois grupos entrevistados em pesquisa 2gn34

LEVANTAMENTO GENIAL/QUAEST MOSTROU QUE AVALIAÇÃO É A PIOR DESDE JANEIRO DE 2023, MAS EM SEGMENTOS COMO O DOS HABITANTES DO NORDESTE APROVAÇÃO CONTINUA MAIOR 394at

10 jun 2025 - 15h26
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O que estão compartilhando: vídeo em que o deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) afirma que a pesquisa de avaliação do governo Lula da Genial/Quaest teria apontado que só dois grupos ainda apoiam o presidente: beneficiários do Bolsa Família e pessoas com escolaridade abaixo da quarta série. c1s37

Não foi entrevistada uma categoria de pessoas com escolaridade abaixo da quarta série.
Não foi entrevistada uma categoria de pessoas com escolaridade abaixo da quarta série.
Foto: Reprodução/Instagram / Estadão

O Estadão investigou e concluiu que: é enganoso. Embora a pesquisa mostre que a aprovação a Lula atingiu o pior patamar numérico desde janeiro de 2023, o presidente ainda é aprovado por categorias não citadas no vídeo, como nordestinos e pessoas que haviam votado no petista em 2022. Outro erro é falar em um grupo de pessoas com escolaridade menor que a quarta série. A pesquisa divide o nível de educação em "até ensino fundamental", "ensino médio completo" e "ensino superior completo". O primeiro segmento engloba pessoas que estudaram do primeiro ao nono ano.

A reportagem procurou Bilynskyj, autor do vídeo, mas não recebeu resposta.

No grupo dividido por faixa etária, também há uma categoria em que a aprovação aparece numericamente acima da desaprovação. Entre as pessoas com 60 anos ou mais, 52% aprovam o trabalho que o presidente vem fazendo, contra 45% que desaprovam. Aqui, a margem de erro é de cinco pontos, por isso o cenário é considerado um empate técnico.

Em relação à escolaridade, há um empate técnico entre aprovação e desaprovação das pessoas que cursaram até o ensino fundamental. Foram 50% que aprovam contra 47% que desaprovam. A margem de erro para essa categoria é de quatro pontos.

Cenário parecido é apresentado entre as pessoas que ganham até dois salários mínimos. A pesquisa aponta que o governo tem a aprovação de 50% dessas pessoas, contra a desaprovação de 49%. A margem de erro é de quatro pontos.

Outro grupo ignorado no vídeo é o de eleitores do segundo turno. Entre a categoria que votou em Lula, 74% aprova o governo. Quando é avaliada a categoria de posicionamento político, a aprovação também aparece entre os lulistas/petistas (89%) e entre quem não se considera lulista/petista, mas se posiciona mais à esquerda (77%).

Conforme o doutor em Estatística e Probabilidade Marcos Antonio da Cunha Santos, professor do Departamento de Estatística da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a análise do deputado é uma maneira enviesada de ver a pesquisa. Em muitos quadros, disse, o resultado é equilibrado. "A porcentagem de quem aprova está próxima de quem reprova, às vezes perto da margem de erro", observou.

Apesar desses resultados estatisticamente próximos, Cunha Santos destaca que em parte das categorias a situação do governo Lula é bastante ruim. "Quando você olha o Sudeste, por exemplo, é uma diferença grande". Nesta região, 69% dos entrevistados desaprovam o governo e 32% aprovam. A margem de erro neste caso é de seis pontos percentuais.

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Também há grandes diferenças em outras categorias, como sexo masculino (50% de desaprovação contra 39% de aprovação); mais jovens (60% contra 37%); superior completo (64% contra 33%); renda acima de cinco salários mínimos (61% contra 38%); e evangélicos (66% contra 30%).

A pesquisa compara resultados atuais com os levantamentos feitos desde julho de 2024 pelo mesmo instituto. Como informado anteriormente pelo Estadão, a avaliação piorou em segmentos que apresentavam cenários favoráveis a Lula. O governo não recuperou, por exemplo, a margem de aprovação que tinha anteriormente entre nordestinos, de 69% na primeira pesquisa.

Além disso, há tendência de queda entre os menos escolarizados e famílias com menor renda. O mesmo ocorre entre beneficiários do Bolsa Família, citados no vídeo do deputado. A aprovação caiu de 67% em julho de 2024 para 51%.

Estadão
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