PP e União Brasil indicam que devem votar contra propostas de Haddad de aumento de impostos 4d4815
Rueda e Ciro Nogueira afirmaram que vão reunir as bancadas para decidir formalmente sobre pacote alternativo ao aumento de IOF: 'Taxar nunca será saída, a saída é cortar despesas' 6j5j59
BRASÍLIA - O PP e União Brasil anunciaram nesta quarta-feira, 11, que vão reunir suas bancadas para decidir o fechamento de questão contra as medidas para compensar a alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). 1r6d72
"Vamos reunir as bancadas do Senado e da Câmara para decidir fechar questão contra qualquer proposta de aumento de imposto que não venha acompanhada com uma vigorosa política contra desperdícios", afirmou Antonio Rueda, presidente do União Brasil.
O senador Ciro Nogueira (PP-PI) pontou que o posicionamento das bancadas ainda não está formalmente fechado, mas que não deve haver "dificuldade". "Não estamos falando em nome das bancadas, mas pela quantidade de parlamentares que nos acompanham, não devemos ter dificuldade nesse fechamento", ponderou.
Rueda falou que há uma "escalada de desequilíbrio fiscal criada pelo atual governo" e que o "ciclo de taxação sem fim só aumenta e o Brasil real só perde".
O presidente do União Brasil também falou que "taxar nunca será saída, a saída é cortar despesas" e que os partidos não vão aceitar medidas que não representem enxugamento de gastos.
As siglas integram a Esplanada de Lula, com ministros com os ministros dos Esportes, André Fufuca, do Turismo, Celso Sabino, e de Comunicações, com Frederico Silveira.
Os dois partidos anunciaram uma federação em abril e somam 109 deputados e 14 senadores.
Ciro Nogueira disse que a Federação não vai deixar de dialogar com o governo, mas quer "traçar um limite de quem é contra ou a favor aumentar impostos e de trazer previsibilidade e gestão eficiente para recursos do País".
"O ministro Fernando Haddad é muito bem intencionado, mas divirjo radicalmente do nosso movimento econômico atual, para vermos a atual situação das contas públicas. O que falta ao governo é transparência, previsibilidade e competência para gerir o atual momento do governo", frisou.
Após questionamentos de jornalistas sobre os integrantes do partido que compõe o governo, Nogueira disse que vai defender que a primeira discussão da Federação seja a proibição, de qualquer membro do partido de fazer parte deste governo. "É a proposta do Progressistas", indico.
Segundo o senador, é chegado o momento dos três Poderes, principalmente do Judiciário, de darem suas contribuições e cortarem suas despesas. Nogueira defendeu ainda que o Congresso priorize e "vote de uma vez por todas a questão dos supersalários".
Questionado sobre eventuais sugestões do partido sobre a situação das contas públicas, Nogueira afirmou que "quem eleito" foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que "quem tem que gerir e apresentar propostas é ele". "Não nos furtaremos a sentar para discutir essas propostas", disse.
No mesmo dia, a oposição no Senado - que reúne PP, PL, Republicanos, Novo e PSDB - entre outras legendas, divulgou uma nota contra as medidas anunciadas pelo governo.
"O aumento de um imposto regulatório, com fins arrecadatórios, como é o IOF, além de inconstitucional, é economicamente danoso. Eleva o custo do crédito para pessoas físicas e jurídicas", diz o documento. "Além disso, o governo tem anunciado medidas que comprometem o investimento de longo prazo no Brasil."
Os partidos do bloco defenderam, como alternativa, propostas para cortar gastos, como diminuição da rigidez orçamentária, desvinculação dos pisos da saúde e educação e fim dos supersalários, e uma reforma do arcabouço fiscal, com a obrigação de o governo perseguir o centro da meta fiscal, sem tolerâncias com resultados menores, como acontece hoje./Colaborou Daniel Weterman
