Na TV, Bolsonaro imita voz de Lula e o compara a um jumento 3i5w1q
Em entrevista a Sikêra Jr., em Manaus, presidente faz várias ‘brincadeiras’, critica a imprensa e diz quando Forças Armadas podem ir às ruas 1u4y2v
Na sexta-feira (23), Jair Bolsonaro saiu do roteiro oficial em Manaus para fazer visita não programada a Sikêra Jr. na sede da emissora A Crítica, que já foi afiliada da Record TV e hoje tem programação própria, utilizando alguns conteúdos da RedeTV. A entrevista ao vivo teve duração de 40 minutos. 6h6sy
Em momento inusitado, o personagem Jumento, que faz parte da equipe de estúdio do programa ‘Alerta Especial’, foi até o presidente para cumprimentá-lo. Bolsonaro se levantou, deu a mão ao rapaz fantasiado com cabeça de animal, o abraçou e então engrossou a voz a fim de imitar o tom grave do ex-presidente Lula.
“Companheiro, companheiro”, disse Bolsonaro, repetindo o bordão do petista, com dedo indicando o Jumento e rindo alto. “Em 2002 estamos juntos, hein">O presidente insistiu no tema. “Eu tô no meio do povo, meu Deus do céu. Eu não posso ficar preso no Palácio da Alvorada, comendo bem, tem tudo lá dentro, e vendo o povo lá fora se virar. Não posso fazer isso. Tô sempre no meio do povo.”
Bolsonaro prevê para “novembro, dezembro” o lançamento da “vacina brasileira”, anunciada pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes. O imunizante está em desenvolvimento na Universidade de Medicina de Ribeirão Preto (SP), com tecnologia 100% nacional.
O presidente afirma ignorar tentativas de lobby. “De vez em quando, o cara fura o esquema lá (de segurança) e vem falar comigo. ‘Ó, tem uma vacina muito boa, me arranja uma audiência com o ministro da Saúde’. Entra por aqui, sai por aqui. O que não falta em Brasília é lobista em cima de vacina.”
Bolsonaro falou de assunto polêmico: a possível ação das Forças Armadas na pandemia. “Se tivermos problema, nós temos o plano de como entrar em campo”, explicou. “O nosso Exército, as nossas Forças Armadas, se precisar, iremos para as ruas. Não para manter o povo dentro de casa, mas para restabelecer todo o artigo 5° da Constituição”, anunciou.
“E se eu decretar isso, vai ser cumprido. Direito de ir e vir, acabar com essa covardia de toque de recolher. Direito ao trabalho. Liberdade religiosa e de culto. Para cumprir tudo aquilo que está sendo descumprido por parte de alguns governadores, de alguns poucos prefeitos. Atrapalha toda a sociedade. Um poder excessivo que lamentavelmente o Supremo Tribunal Federal delegou.”
Jair Bolsonaro e Sikêra Jr. conversaram também sobre um problema de saúde enfrentado por ambos: o uso de uma bolsa de colostomia ao longo de meses. O presidente precisou do ório que serve para armazenar fezes em consequência do atentado a faca que feriu seu abdômen, em 2018.
“No começo você fica cheio de dedos. Depois entra na normalidade. É barra pesada”, comentou Bolsonaro sobre o manuseio. Sikêra foi obrigado a usar a bolsa em razão de uma cirurgia para retirada de um pedaço de prótese dentária que ele havia engolido acidentalmente.
