Jenna Ortega: Ícone do horror teen, cinéfila cult ou atriz de projetos duvidosos? 3cn3k
Atriz fez sucesso ao estrelar filmes de terror como X - A Marca da Morte (2022) e Pânico (2022), no entanto, sua carreira degringolou; o que aconteceu? 11546w
De ícone do horror teen a nova estrela de Hollywood, Jenna Ortega (Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice) parecia pronta para se firmar como uma das atrizes mais promissoras da nova geração após alguns papéis de destaque no cinema e no streaming. 52715y
Entretanto, nos últimos anos, sua trajetória ganhou contornos inesperados: papéis questionáveis e críticas aos projetos duvidosos em que se envolveu colocaram sua carreira sob um novo olhar. Seria ela vítima das armadilhas da fama precoce ou uma atriz ainda em busca de sua verdadeira identidade artística?
A própria atriz não parece satisfeita com o sucesso de um de seus projetos mais comentados. Em comentário para a Harper's Bazaar (via Entertainment Weekly), sua participação como protagonista da série Wandinha, da Netflix, fez com que ela não fosse "levada a sério".
(...) muito irritante, porque você simplesmente sente que não está sendo levada a sério. Sabe, é como quando você está vestida com uma fantasia de colegial... Tem algo nisso que é muito condescendente. Além disso, quando você é baixa, as pessoas já estão fisicamente olhando para você de cima."
Início da carreira 4k725g
Jenna Ortega começou sua trajetória artística ainda criança, participando de produções da Disney Channel como Stuck in the Middle (2016-2018), na qual interpretou Harley Diaz, uma das primeiras protagonistas latinas do canal. Antes disso, já havia aparecido em filmes como Homem de Ferro 3 (2013) e Sobrenatural: Capítulo 2 (2013), mostrando desde cedo afinidade com o gênero de terror.
Sua transição para papéis mais maduros veio com participações em séries como Você (2019) e, posteriormente, na consagração como uma das principais estrelas da chamada "nova onda do horror teen".
Ícone do horror teen 676x4p
A virada definitiva na carreira de Ortega aconteceu em 2022, ano em que estrelou dois dos principais filmes do terror contemporâneo: Pânico (2022), em que deu vida a Tara Carpenter, um dos novos rostos da franquia clássica do slasher; e X - A Marca da Morte (2022), de Ti West.
Ainda nesse mesmo período, participou de Studio 666 (2022), filme de terror protagonizado pela banda Foo Fighters, e de Pânico 6 (2023), sequência direta do sucesso anterior, consolidando seu status como "scream queen" da nova geração. Com esse currículo, Jenna foi rapidamente alçada à condição de ícone do horror teen, sendo celebrada tanto pelo público jovem quanto por fãs do gênero.
A cinéfila cult 533d4d
Além da fama conquistada com o horror, Jenna Ortega já demonstrou ser uma profunda apreciadora do cinema, com um gosto bastante sofisticado e que vai além das obras comerciais nas quais atua.
Em uma entrevista à The Face, em 2023, Jenna comentou: "Gosto de filmes que me fazem sentir desconfortável, que me tiram da zona de conforto. Acho que o cinema serve para isso, para te confrontar."
Em entrevista para o Letterboxd, famosa rede social para cinéfilos, ela revelou que seus quatro filmes favoritos são O Ódio (1995), de Mathieu Kassovitz; A Paixão de Joana d'Arc (1928), de Carl Theodor Dreyer; Barry Lyndon (1975), de Stanley Kubrick; e Paris, Texas (1984), de Wim Wenders, todos clássicos do cinema europeu e autoral. Veja o vídeo sobre suas escolhas:
Em outra ocasião, falando ao Interview Magazine (2022), ela reforçou sua visão: "Sempre que não estou no set, estou vendo filmes. Eu gosto de assistir coisas que me deixam meio perturbada, que me fazem pensar por dias. Gosto muito de diretores como Gaspar Noé e Lars von Trier."
Na mesma entrevista, ao ser perguntada sobre suas ambições artísticas, Jenna afirmou: "Eu realmente quero trabalhar em filmes que tenham algo a dizer, que sejam mais experimentais ou desafiadores. Cresci assistindo cinema europeu e queria muito ter uma carreira parecida com a de Isabelle Huppert ou Juliette Binoche."
O critério na escolha dos papéis 26611u
Jenna Ortega também já falou, em diferentes momentos, sobre como pensa na escolha de seus papéis. Em entrevista ao Deadline (2024), comentou: "Eu sempre procuro personagens que me desafiem de alguma forma. Não gosto da ideia de fazer algo só porque vai ser popular ou porque é seguro. Gosto quando o papel me assusta, quando sinto que vou precisar sair da minha zona de conforto."
Esse desejo de ser desafiada e surpreender parece ser uma preocupação constante na trajetória da atriz. No entanto, se por um lado ela expressa esse cuidado e intenção de selecionar personagens que a estimulem artisticamente, por outro, o resultado dessas escolhas nem sempre tem se traduzido em sucesso crítico ou mesmo em projetos que consolidem sua busca por uma carreira mais autoral.
Projetos duvidosos 19sy
Após o estrondoso sucesso como Wandinha Addams, que consolidou sua imagem global e a transformou em um ícone da cultura pop, Jenna Ortega ou a enfrentar críticas mais intensas sobre suas escolhas profissionais.
Entre os últimos projetos questionáveis da atriz, destacam-se Finestkind (2023), um drama criminal dirigido por Brian Helgeland. O filme, apesar do elenco estrelado, recebeu críticas majoritariamente negativas, sendo descrito como genérico e previsível, com 29% de aprovação no Rotten Tomatoes.
Depois, Ortega emendou A Garota de Miller (2024), suspense erótico no qual atua ao lado de Martin Freeman (Fargo). O longa foi recebido com polêmica devido ao tema de relação entre professor e aluna, e acabou sendo criticado tanto pelo roteiro quanto pela condução dramática, com avaliações mistas para sua performance.
Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice (2025), a aguardada sequência do clássico de Tim Burton, onde Jenna interpreta Astrid Deetz, filha da personagem de Winona Ryder (Stranger Things), foi tido como um filme que se apoia demais na nostalgia, sem trazer frescor à franquia.
Por fim, seus dois trabalhos mais recentes, A Morte de um Unicórnio (2025) e Hurry Up Tomorrow: Além dos Holofotes (2025), não tiveram boas recepções da crítica internacional. O segundo, estrelado também pelo cantor The Weeknd, foi criticado por ter um roteiro confuso e pretensioso.
O longa acabou sufocando a atuação de Ortega, que, apesar de alguns elogios isolados, não conseguiu se destacar. O resultado acendeu o alerta sobre suas escolhas profissionais e alimentou o debate: estaria Jenna aceitando projetos pela visibilidade, mesmo que artisticamente frágeis?
Para onde vai Jenna Ortega? 2648w
Dessa forma, Jenna Ortega parece viver hoje uma encruzilhada: ao mesmo tempo em que é reconhecida como uma das grandes estrelas jovens de Hollywood e irada por sua inteligência e referências cinematográficas, enfrenta críticas sobre uma trajetória que parece se inclinar mais para a manutenção de sua imagem como ícone teen do que para uma busca artística mais coerente com sua formação cinéfila.
Em uma das declarações mais sinceras sobre essa tensão, ela afirmou ao Deadline em 2024:
"A indústria nem sempre te oferece o tipo de projeto que você quer fazer. Às vezes, você aceita papéis que podem abrir portas, mas o meu objetivo continua sendo trabalhar em filmes que me desafiem como atriz e que façam as pessoas refletirem."
Resta saber se, nos próximos anos, ela conseguirá conciliar seu amor pelo cinema com escolhas de projetos mais ousados e desafiadores, ou se seguirá consolidando sua carreira nas grandes franquias e em trabalhos que a coloquem cada vez mais em um balaio de atriz que não dá sorte em escolher seus próprios papéis.
Qual foi o melhor filme de 2025 até agora? Vote no seu favorito!
- Baby
- Anora
- Conclave
- Acompanhante Perfeita
- Capitão América: irável Mundo Novo
- Flow
- O Brutalista
- Um Completo Desconhecido
- Mickey 17
- Vitória
- Branca de Neve
- Um Filme Minecraft
- Pecadores
- Thunderbolts*
- Homem com H
- Karatê Kid: Lendas
- Premonição 6: Laços de Sangue
- Hurry Up Tomorrow: Além dos Holofotes
- Lilo & Stitch
- Missão: Impossível - O Acerto Final