Camila Pitanga destaca a arte como ferramenta crítica: 'Precisamos rir, senão, como é viver?' 4x3s27
Recordando a icônica Silene Seagal, em Saneamento Básico, Camila Pitanga reforça a importância da comédia como instrumento para pensamento crítico 4s446s
Camila Pitanga (47) viveu uma verdadeira maratona cinematográfica. A atriz, sucesso nas recentes novelas Beleza Fatal (HBO) e Dona de Mim (Globo), fez sua primeira participação no festival de Cannes, na França, e voltou ao Brasil para o relançamento de Saneamento Básico, o Filme (2007), no fim de maio. Para ela, todo o movimento reforça a importância da arte como ferramenta da sociedade. 2925t
"Saneamento Básico é uma comédia sem medo de ser comédia, mas ela também faz um convite a uma reflexão crítica e política", diz Camila Pitanga, em entrevista à CARAS Brasil. Na trama, a artista interpreta Silene, irmã mais nova de Marina (Fernanda Torres). As duas vivem em Linha Cristal, uma pequena vila de descendentes de colonos italianos localizada na serra gaúcha.
Tudo começa quando os moradores reúnem-se para tomar providências a respeito da construção de uma fossa para o tratamento do esgoto. Para arrecadar o valor necessário para a obra, as irmãs contam com a ajuda de Joaquim (Wagner Moura), Fabrício (Bruno Garcia), e outros personagens para fazer um filme, já que a prefeitura dispõe de quase R$ 10 mil para a produção de um vídeo.
Em meio a cenas cômicas, o longa-metragem faz um convite para refletir sobre a importância da arte e papéis políticos. Para a atriz, o mesmo princípio está presente em filmes como It Was Just an Accident, vencedor do Palma de Ouro, e O Agente Secreto, que rendeu para Wagner Moura o prêmio de melhor ator no festival francês.
"Precisamos rir e pensar. Precisamos rir da gente, senão, como é viver? Alegria não tira felicidade, não tira a seriedade, diz meu grande palhaço brincante Magnólio", cita. "Esses filmes todos, estão falando desse híbrido: Bora pensar, viver e batalhar, mas sem abrir mão da alegria."
E a artista afirma que o efeito pode continuar atual, mesmo quase 18 anos após o lançamento original da trama. Para ela, Silene pode encantar um novo público com sua inocência, e o elenco estrelado segue mostrando a mensagem principal do filme: "Mesmo uma pessoa como nós, frágil em conhecimentos em algum lugar, pode fazer beleza".
Primeira vez em Cannes 4lk27
A artista também aproveita para falar sobre sua primeira experiência no festival de cinema. Ela conta que, inicialmente, não sabia que estaria no evento, porém, com a chegada da data, ou por uma verdadeira imersão cinematográfica.
"Estive com o curta-metragem Samba Infinito, de Leonardo Martinelli, um jovem cineasta já de 80 anos [risos]. Fiquei muito empolgada de estar com ele e ir para Cannes, eu não sabia que ia", conta ela, que também participou de uma mesa discutindo o problema da representatividade negra no audiovisual como embaixadora da ONU Mulheres, e prestigiou filmes como O Agente Secreto e Para Vigo me Voy.
"Para Vigo me Voy fala [do cineasta] Cacá Diegues, e meu pai [Antonio Pitanga], amigo, irmão e artista de tantos filmes dele, era presente do início ao fim. Fui tomada de emoção. Também foi emocionante estar na sessão de O Agente Secreto, em contraste com alguns anos atrás, que parecia que a cultura não tinha lugar e o cinema acabaria. Ficamos mais de 15 minutos aplaudindo", conta.
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