Lara Suleiman vai além dos palcos com novo projeto: 'É meu próximo o' 5f1k6q
A atriz Lara Suleiman, estrela de Meninas Malvadas - O Musical, revela conexão pessoal com Janis e antecipa detalhes de seu novo projeto 2l24i
Lara Suleiman, de 26 anos, vai além da irreverente Janis de Meninas Malvadas - O Musical. A artista, que começou na dança e ou pelo teatro, dublagem e agora o cinema, vem consolidando uma carreira multifacetada e autêntica. Em entrevista à CARAS Brasil, ela compartilhou como suas personagens refletem vivências reais e revelou com exclusividade detalhes sobre seu próximo projeto. 4g4x53
Com um olhar sensível sobre arte, amadurecimento e representatividade, Lara mergulha em temas que atravessam sua trajetória pessoal e profissional e mostra que, por trás do humor ácido de Janis, há um grito de liberdade.
Espelho para tantas mulheres 566lo
Janis é conhecida pelo sarcasmo e a postura de 'garota revoltada', mas, segundo Lara, essa é apenas a superfície de uma personagem muito mais complexa.
"É uma personagem muito fácil de cair no estereótipo de "garota revoltada", mas por trás dessa personalidade há muitos traumas mal resolvidos de uma adolescente imatura e magoada", explica.
Para ela, o processo de construção da personagem exigiu atenção às camadas emocionais e ao amadurecimento durante a narrativa. Ao cantar I'd Rather Be Me, Lara diz que se sente em um momento de libertação.
"A letra fala exatamente desse ponto de virada, quando a gente começa a se enxergar de verdade, questiona os padrões e escolhe ser quem é, sem pedir desculpa por isso. É libertador", analisa a jovem artista.
Arte é muito além da carreira 4q4x1a
A relação com a arte começou cedo: assistiu o primeiro musical aos 3 anos, iniciou aulas de dança aos 7, violino aos 8 e teatro aos 11. Mas foi no teatro musical que Lara encontrou um espaço seguro para ser quem é.
"Quando saí da escola e entrei no meu primeiro trabalho profissional no teatro, encontrei pessoas mais parecidas comigo, que me respeitavam do jeito que eu sou, e isso fez toda a diferença", explica Suleiman.
Ela também revela que sempre se interessou pelas causas feministas: "Leio muito sobre o assunto, acompanho o trabalho de diversas ativistas e estou em constante aprendizado sobre como o machismo estrutural afeta nossas vidas. Poder levar essas reflexões para o palco é uma grande responsabilidade."
Fascínio por personagens imperfeitas 2zj1r
Lara se sente atraída por personagens com zonas cinzentas, como Janis. "A adolescência é uma das fases mais complicadas da vida, na minha opinião. A gente acha que sabe de tudo e, na verdade, não sabe de nada."
Ao viver alguém tão vulnerável, ela desenvolve empatia não só pela personagem, mas também pelas próprias inseguranças. "Isso exigiu de mim um olhar muito empático com as inseguranças dela, para que eu pudesse entender e não julgar suas ações."
Rotina intensa do teatro exige equilíbrio 696d2y
A rotina do musical é puxada, com seis apresentações por semana. Lara cuida da voz com apoio de uma equipe médica e segue uma disciplina rigorosa: "É preciso ter atenção redobrada com cuidados básicos, por exemplo, tomar a quantidade certa de água todos os dias, comer bem, exercitar-se para evitar fadiga e dormir bem."
Além disso, trabalha com o Maestro Marconi Araújo e faz acompanhamento com seu otorrino e fonoaudióloga: "Inalação, soro e vapor quente são meus principais aliados."
Novos saltos 1y4x2i
Com quase 10 anos de carreira, Lara decidiu estudar cinema para conhecer os bastidores. Foi aí que nasceu o desejo de dirigir. "Me apaixonei, principalmente pela função de assistência de direção."
Foi assim que ela decidiu dar um grande salto na carreira: ela está desenvolvendo seu primeiro filme como roteirista e diretora: "A narrativa será no estilo whodunnit, com a trama se desenrolando inteiramente dentro de uma única locação: um teatro, durante os ensaios de uma peça", explicou a jovem, revelando animação para as gravações, que estão previstas para 2026.
Personagens que transformam p1r6
Para a atriz, os personagens fortes que interpreta traz grandes transformações: "ar esses sentimentos me ajuda a fazer as pazes com as minhas próprias vulnerabilidades. Existe uma força imensa em contar essas histórias no palco. Elas reverberam no público, mas também em mim."
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Leia a entrevista completa com Lara Suleiman 3p606u
CARAS: Lara, interpretar a Janis em "Meninas Malvadas" a coloca em uma posição de destaque como narradora da história. Como foi encontrar o tom certo para essa personagem tão sarcástica e cheia de camadas emocionais?
Lara Suleimam: A Janis foi uma personagem muito interessante de trabalhar. Além dos vocais desafiadores, o diretor Mariano Detry e eu nos atentamos muito às camadas de amadurecimento dela durante a narrativa. É uma personagem muito fácil de cair no estereótipo de "garota revoltada", mas por trás dessa personalidade há muitos traumas mal resolvidos de uma adolescente imatura e magoada, que ao final aprende com seus erros e descobre seu lugar, sem mudar quem ela é.
A Janis e o Damian são narradores e participantes da história. Para mim, como atriz, é muito divertido e enriquecedor ter que virar essa chavinha de "personagem que já sabe tudo que aconteceu" para "personagem que está vivenciando tudo pela primeira vez".
CARAS: Você comentou que cantar "I'd Rather Be Me" é quase como cantar um hino da sua própria trajetória. Quais momentos da sua vida você sente que ecoam na mensagem dessa canção?
Lara Suleimam: Acredito que essa música represente momentos da vida de muitas pessoas, especialmente mulheres. Todas nós já tivemos uma amizade que nos decepcionou, já tentamos nos encaixar em padrões só para sermos aceitas e, infelizmente, todas nós já fomos impactadas, de alguma forma, pelas consequências do machismo.
A letra fala exatamente desse ponto de virada, quando a gente começa a se enxergar de verdade, questiona os padrões e escolhe ser quem é, sem pedir desculpa por isso. É libertador. No meu caso, senti essa transformação com mais força quando saí da escola e entrei no meu primeiro trabalho profissional no teatro. Encontrei pessoas mais parecidas comigo, que me respeitavam do jeito que eu sou, e isso fez toda a diferença.
Sempre me identifiquei com as causas feministas. Leio muito sobre o assunto, acompanho o trabalho de diversas ativistas e estou em constante aprendizado sobre como o machismo estrutural afeta nossas vidas. Poder levar essas reflexões para o palco é uma grande responsabilidade. Saber que muitas jovens estão na plateia e podem se sentir representadas ou inspiradas pela personagem é muito especial.
CARAS: A Janis não é exatamente uma mocinha, e isso torna a personagem ainda mais interessante! O que mais a atrai em personagens que transitam por zonas cinzentas?
Lara Suleimam: Uma das coisas mais legais nas personagens de "Meninas Malvadas" é que nenhuma delas é a mocinha e, ao mesmo tempo, nenhuma delas é a vilã. São personalidades muito humanas e condizentes com a idade. A adolescência é uma das fases mais complicadas da vida, na minha opinião. A gente acha que sabe de tudo e, na verdade, não sabe de nada. Todas as decisões são muito imaturas e egoístas, todo mundo só está tentando sobreviver.
Personagens assim me atraem porque há muitas camadas possíveis de trabalhar. A Janis ou por muitas dores que a fizeram tomar decisões precipitadas, vingativas e imaturas, e isso exigiu de mim um olhar muito empático com as inseguranças dela, para que eu pudesse entender e não julgar suas ações. Acho incrível poder mostrar essa complexidade, porque faz o público se identificar de formas diferentes e em lugares que às vezes nem itimos.
CARAS: Você começou com a dança, depois veio o teatro musical e então a dublagem. O que a move a experimentar tantos caminhos diferentes dentro da arte?
Lara Suleimam: Além da minha paixão pela arte, o que mais me move a experimentar tantos caminhos diferentes é a minha curiosidade e o desejo de me expressar de maneiras diversas. Sou fascinada em aprender cada vez mais sobre as diferentes linguagens artísticas.
Minha mãe sempre me levou ao teatro; assisti meu primeiro musical com 3 anos de idade. Aos 7, entrei na dança; aos 8, fiz aulas de violino; aos 11, entrei no teatro e aos 12, comecei aulas de canto. Quando vi, já estava completamente entregue, e o teatro musical foi o lugar que encontrei a possibilidade de unir várias formas artísticas.
A dublagem e o cinema vieram um pouco mais tarde. Já trabalhava com teatro musical havia 2 anos e decidi explorar outras áreas. Fiz faculdade de cinema para estudar melhor os bastidores e poder trabalhar nos meus próprios projetos. No mesmo ano, fui chamada para participar do meu primeiro teste de dublagem e assim ingressei em uma carreira que eu amo.
Em todas essas linguagens, o que mais me encanta é a possibilidade de conexão com o público: contar histórias, fazer as pessoas se sentirem representadas, provocar reflexão e leveza para nossas rotinas intensas. Transitar entre diferentes linguagens amplia minha visão como artista, como pessoa, e me faz evoluir.
CARAS: Cantar e atuar ao vivo exige muito preparo físico e vocal. Como você tem lidado com a rotina intensa de "Meninas Malvadas"? Tem alguma prática que a ajuda a manter o equilíbrio?
Lara Suleimam: Sim, a rotina do musical é muito intensa. É preciso ter atenção redobrada com cuidados básicos, por exemplo, tomar a quantidade certa de água todos os dias, comer bem, exercitar-se para evitar fadiga e dormir bem.
Todo início de processo, eu trabalho as músicas do musical com meu professor de canto, Maestro Marconi Araújo, para que eu tenha certeza de que estou cantando de uma forma saudável. Durante a temporada, mantenho contato semanal com meu otorrino, Doutor Reinaldo Yazaki, e com a minha fonoaudióloga, Adriana Bezerra, que me auxiliam com o cansaço, com eventuais desconfortos e me ajudam a diminuir qualquer esforço desnecessário. Inalação, soro e vapor quente são meus principais aliados para manter minha voz com a qualidade necessária para cumprir 6 shows semanais.
CARAS: Sua carreira é marcada por papéis de destaque, como Lydia em "Beetlejuice" e a voz da Jasmine no live-action de "Aladdin". Tem algum personagem que ainda está guardado como um sonho a realizar?
Lara Suleimam: Com certeza! Tive a sorte de fazer algumas personagens que já estavam na minha lista de desejos, e hoje em dia o mercado de teatro musical cresceu tanto que sempre aparecem personagens de peças novas que me interesso em fazer. Dos musicais mais clássicos, adoraria fazer Maureen em Rent e Jo em Little Women. De um musical moderno, adoraria interpretar Eurídice em Hadestown.
CARAS: Você falou sobre a vontade de escrever e dirigir um filme de suspense. Como nasceu esse desejo de explorar o cinema também por trás das câmeras? Já tem algo em desenvolvimento?
Lara Suleimam: Sou uma grande entusiasta de cinema, especialmente dos gêneros de terror, suspense e mistério. Comecei a faculdade de cinema depois de 2 anos trabalhando no teatro musical. Já sabia que amava atuação e quis explorar minha curiosidade na parte de produção, e me apaixonei, principalmente pela função de assistência de direção.
Desde então, venho reunindo referências e me preparando para dar um novo o na minha carreira: escrever e dirigir meu primeiro filme. A narrativa será no estilo whodunnit, com a trama se desenrolando inteiramente dentro de uma única locação: um teatro, durante os ensaios de uma peça. As gravações estão previstas para começar no final de 2026, e estou muito animada com o processo de desenvolvimento.
CARAS: Para finalizar, em tempos de tantas pressões externas, viver personagens como Janis, Luisa ou Lydia, que falam sobre força, vulnerabilidade e autenticidade, também a transforma de alguma forma
Lara Suleimam: Sem dúvida. São personagens que lidam com questões muito reais, inseguranças, traumas, solidão, amadurecimento, e mergulhar nessas camadas me faz crescer muito como artista. Para além do lado profissional, ar esses sentimentos me ajuda a fazer as pazes com as minhas próprias vulnerabilidades.
Consigo ver uma parte minha em cada personagem que interpreto, e isso me ajuda a atravessar meus próprios processos com mais empatia e compreensão. Existe uma força imensa em contar essas histórias no palco. Elas reverberam no público, mas também em mim. Ter o privilégio de viver personagens tão complexas, verdadeiras e emocionalmente disponíveis é algo que me toca profundamente e que levo comigo com muita gratidão.